Sempre comento da necessidade do tradutor estar sempre estudando, pesquisando e procurando enriquecer seus conhecimentos de todas as formas.
Como tradutora literária e de dublagem principalmente, é difícil me "especializar" somente em uma área. Cada trabalho é uma surpresa. Pode ser um filme ou série policial, um desenho animado, uma comédia, uma série médica, enfim, uma variedade infinda de assuntos sobre os quais é preciso aprofundar-se a cada frase traduzida. Não faço tradução técnica, administrativa, etc., mas já me deparei com "Capitalism- A love story". Muita pesquisa para fazer uma tradução decente. Não faço tradução juramentada, mas há séries policiais e filmes repletos de termos jurídicos. E as séries médicas? Haja pesquisa!
Minha amiga traduziu a série "Lucky". De "lucky" só a palavra, porque falar de corrida de cavalos não é fácil. O jeito é procurar amigos, conhecidos e outras fontes para não cometer deslizes absurdos.
Hoje em dia é muito mais tranquilo fazer pesquisas, graças à internet, mas quando comecei a traduzir, tinha de sair entrevistando profissionais de todas as áreas para poder traduzir. Fiz a série "London's burning". Tornei-me perita em carros de bombeiros e todos os aparelhos utilizados em um resgate. E como isso aconteceu? Visitei os corpos de bombeiros da cidade pedindo ajuda. Fui muito bem recebida, por sinal. Já fui parar em academia de boxe também.
Agora, o que acho importantíssimo: fazer um glossário!! Não é possível memorizar tudo. Não acredito no tradutor que me diz que nunca faz um glossário quando traduz uma série. Ou ele tem uma memória impecável ou a minha é totalmente fraca. Enfim, fazer glossários para mim é juntar conhecimento, informações, aprendizado.
Como toda e qualquer troca de ideias e opiniões é importante, precisamos conhecer tradutores novos, de áreas diversas. Então vou deixar aqui a lista de alguns enventos importantes na área da tradução que acontecerão este ano e espero conhecer você, tradutor que ainda não conheço e rever meus colegas para trocarmos mais ideias!
- IV Congresso Internacional da Abrates, em Belo Horizonte, de 31 de
maio a 2 de junho
Mais informações em https://www.facebook.com/Abrates
- 3º Simpósio Profissão Tradutor (PROFT 2013), em São Paulo, em 21 e 22 de junho
Mais informações em http://www.proft2013.com/
- V
Conferência Brasileira de Tradutores do ProZ, em Recife, em 24 e 25 de agosto
Mais informações em http://www.proz.com/conference/400
- XI Encontro Nacional de Tradutores & V Encontro
Internacional de Tradutores da Abrapt,
em Florianópolis, de 23 a 26 de setembro de 2013
Mais
informações em http://abrapt.wordpress.com/
- Media for all 5 - Mais informações em http://mediaforall5.dhap.hr/Committees
- XXXIII
Semana do Tradutor, em São José do Rio Preto, de 30 de setembro a 4 de
outubro.
Mais informações em http://www.eventos.ibilce.unesp.br/semanadotradutor/
(por enquanto as informações são do ano passado, mas é um evento anual, então
quando a edição deste ano começar a ser organizada, o site será atualizado)
http://www.iatis.org/index.php/component/k2/itemlist/category/76-conferences (Aqui você encontra várias informações sobre o assunto)
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Meu vídeo dando algumas dicas sobre tradução para dublagem!
http://www.youtube.com/watch?v=vVq3slKp6DQ&feature=youtu.be
http://www.youtube.com/watch?v=vVq3slKp6DQ&feature=youtu.be
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
A tradução da palavra "Evidence".
Sempre que me deparo com a palavra "Evidence" em um filme ou série policial, seja legenda ou dublagem, vejo/ouço traduzido como "Evidência". Bom, há o que questionar. Eu traduzo como "Prova (s)", sempre, pois existe uma diferença entre Evidências e Provas.
Começo com a tradução encontrada no Michaelis para "Evidence" :
ev.i.dence
Começo com a tradução encontrada no Michaelis para "Evidence" :
['evid2ns] n 1 evidência, prova, indício.
internal evidence / prova intrínseca ou inerente. a striking piece of
evidence / uma prova irrefutável. circumstantial evidence / provas
indiciadoras, provas indiretas, provas circunstanciais. forensic evidence
/ prova legal. 2 sinal, indicação, mostra. his letter gives
evidence of good education / sua carta é prova de boa educação. 3
testemunho, depoimento de testemunha. state’s evidence / Amer
testemunha principal. 4 testemunha. he was called in evidence /
ele foi intimado como testemunha. • vt 1 comprovar, evidenciar.
2 esclarecer. 3 atestar. to turn king’s evidence depor contra
o cúmplice.
Isso "prova" que a tradução de "Evidence" por "prova" é mais plausível! :)
Depois, em minhas andanças pela internet, encontrei um artigo escrito por Desidério Murcho (King's College London) que esclarece bem meu ponto de vista, de uma forma muito mais clara, pois não sou perita nesse assunto. Segue abaixo:
"Evidence"
Desidério Murcho
King's College London
"A palavra inglesa "evidence", tal como é usada nos contextos
filosóficos e não só, esconde subtilezas que dificultam a leitura e a tradução
de estudantes e professores, assim como do grande público. Em diferentes
contextos, pode-se traduzir "evidence" igualmente bem por
"provas", "dados", "indícios" ou
"informação". Mas a ideia subjacente é sempre a mesma: as provas a
favor de algo são as razões que justificam a crença nisso. Nestes contextos,
usa-se o termo "prova" no seu sentido não factivo; isto é, ao
contrário de uma demonstração, que é efetivamente uma prova definitiva, as
provas são derrotáveis.
Diz-se que um termo é factivo quando o que o termo qualifica é verdade.
Por exemplo, o termo "saber" é factivo, tal como o termo
"ver", porque "O João sabe que Sócrates era grego" implica
que Sócrates era grego, e "O João viu a Maria na praia" implica que a
Maria estava na praia. Um termo é não factivo quando não existe esta implicação.
O termo "acredita", tal como "talvez" e
"aparente", é não factivo porque "O João acredita que Kant era
grego" não implica que Kant era grego, nem implica que não o era — tal
como dizer "Talvez Kant fosse grego" (ou "Aparentemente, Kant
era grego") não implica igualmente que Kant era grego. Também há termos
contrafactivos: são termos como "falsa", ou "ilusório", que
implicam a negação da expressão que qualificam. Por exemplo, uma falsa vitória,
ou uma vitória ilusória, não é, de todo em todo, uma vitória.
O termo "prova" é não factivo: do fato de existir uma prova a
favor de algo não se segue que isso é verdade. Por exemplo, temos hoje muitas
provas a favor da ideia de que a teoria da evolução de Darwin é verdadeira; mas
daqui não se segue que a teoria seja realmente verdadeira — novas provas
poderão surgir que refutem a teoria. A consciência profunda de que as provas
não são factivas é uma das características que distingue a ciência, ou qualquer
atividade acadêmica séria, da religião — ou, pelo menos, das manifestações
menos sensatas da religião. Pois geralmente a religião encara as suas provas,
baseadas na autoridade e na tradição, como factivas (declará-las sagradas é uma
forma de evitar que tais provas sejam criticamente avaliadas, para assim se
manter a ilusão de que se trata de provas factivas).
As demonstrações da matemática e da lógica são provas factivas: se um
dado teorema está demonstrado, então é realmente uma verdade matemática ou
lógica. A única maneira de refutar a sua verdade é mostrar que houve um erro na
pretensa demonstração (cá está: "pretensa" é um termo não factivo),
que afinal não demonstra coisa alguma porque estava pura e simplesmente errada.
À exceção das demonstrações da matemática e da lógica, contudo, as
provas não são factivas. Não é preciso mostrar que houve um erro numa dada
prova a favor de X para mostrar que X é falso; basta que existam novas provas,
mais poderosas, a favor da falsidade de X. Por exemplo, uma impressão digital
de João na arma do crime é uma prova a favor da ideia de que João foi o assassino.
Mas outras provas poderão surgir que mostrem que foi Fonseca o assassino, ainda
que João tenha efetivamente mexido na arma do crime. Assim, para refutar o que
uma prova não matemática afirma não é preciso refutar a própria prova; mas para
refutar o que uma demonstração matemática afirma é preciso refutar a própria
demonstração.
A noção de prova é central em grande parte da epistemologia
contemporânea. A verificabilidade do positivismo lógico foi uma tentativa de
dar proeminência às provas de caráter observacional, por se julgar de algum
modo que isso é mais "científico" do que a argumentação. Contudo, não
se desejava apenas que a verificação fosse uma prova como qualquer outra, mas
antes uma espécie de prova factiva, semelhante às demonstrações em lógica e
matemática. E foi precisamente esse aspecto do verificabilidade que falhou
totalmente. As provas de caráter observacional não são factivas. Por mais
provada que esteja uma teoria empírica, ela pode sempre ser refutada por outras
observações, ainda que não se refutem tais provas; e perante o mesmo corpo de
provas observacionais, é sempre possível construir várias teorias incompatíveis
entre si, mas compatíveis com tais observações.
Infelizmente, a palavra inglesa "evidence" é fonética e
ortograficamente parecida com "evidência" — de modo que as traduções
enganadoras não se fizeram esperar. Ainda que um dos significados da palavra
portuguesa "evidência" seja o mesmo que "prova", o termo
raramente ou nunca é usado correntemente nesse sentido, e é muitíssimo usado no
outro. De forma que o uso de "evidência" no sentido de
"prova", sem quaisquer explicações, é didática e pragmaticamente
errado, pois confunde gravemente as coisas — o sentido primário será aquele
que, desavisado, o estudante terá em mente. Primariamente, uma evidência é algo
que é evidente; as evidências são as coisas óbvias ou evidentes. Por exemplo, é
evidente que a neve é branca, mas não é evidente que a Terra está em movimento;
contudo, há provas de que a Terra está em movimento. Nos casos de provas diretas
observacionais, como olhar e ver que a Maria está com um vestido verde, há
provas evidentes: a prova evidente de que a Maria está com um vestido verde é
que eu olho e vejo isso imediatamente. Isto significa apenas que a prova de que
a Maria tem um vestido verde é o fato óbvio de alguém olhar e ver. O que não
acontece com a prova de que a Terra está em movimento, a prova da composição da
atmosfera de Júpiter ou a prova de tribunal de que uma dada pessoa roubou
outra.
Evidentemente, há muitas complexidades filosóficas no que respeita tanto
às provas como às evidências. Contudo, sem uma compreensão clara dos aspectos
gerais e consensuais das provas e das evidências, não será possível compreender
as discussões especializadas desta área. E, pior, sem uma compreensão clara dos
aspectos gerais das provas e das evidências, não se pode ter uma vida
intelectual adequadamente estruturada. Isto para não falar na importância que
estas noções têm para uma vida pública saudável, que é demasiadas vezes
manipulada em desfavor da procura imparcial da verdade — precisamente porque
não se compreende a noção de prova e dificilmente se dá valor ao que não se
compreende."
E para complementar, segue um link interessantíssimo que encontrei sobre Investigação na Cena de um Crime. Como o tradutor é um eterno estudante e pesquisador, aprender nunca é demais. Vai que você recebe um filme ou série policial, certamente seu vocabulário aumentará muito!
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Quem sou eu e por que um blog?
Depois de anos me dedicando à tradução para dublagem e à dublagem, de me especializar em tradução e começar a questionar por que a tradução para dublagem era e ainda é ignorada por acadêmicos e "inexistente" para o público, resolvi agir e apresentar ao mundo o tradutor de dublagem. Achei que a forma mais direta e simples do leitor me conhecer seria postando um questionário, formulado por Lorena Cunha, que respondi há algum tempo. E aqui está ele!
Como tradutora: White
Collar ; Nip-Tuck; A Era do Gelo 3 ; Horton no mundo dos quem ; In Plain Sight;
Outsourced; Michey Mouse Clubhouse; Zack e Cody: Gêmeos em ação; Velozes e
Furiosos 4; Game of Thrones.
Nome completo: Dilma
Machado
Data e local de nascimento: 12-04-1962 / Catalão-Go
Formação acadêmica: Especialização em tradução ing/port- PUC-RJ
Complementação pedagógica
em inglês / Graduação em Educação Física.
Profissão: Tradutora de dublagem e literária/ dubladora/ professora de Técnica de Tradução para Dublagem e de Inglês
Tempo de atuação na área de tradução
para a dublagem: 17 anos
Alguns dos trabalhos feitos:
Como dubladora: Hamtaro
(em Hamtaro); Srta. Belo (em As Meninas Super Poderosas); Saranóia (em Yin,
Yang, Yo); Princesa Sophie (em Gossip Girl)
1.
Como você
começou na profissão de tradutora para a dublagem? O que veio primeiro: ser
dubladora ou ser tradutora?
A
tradução veio após eu fazer o curso de dublagem com Alexandre Lippiani e Newton
DaMatta (ambos já falecidos). Ao ir à empresa Cinevídeo para levar meu CV
dizendo dos cursos de dublagem, por acaso mencionei que era tradutora. Três
dias depois chegou o primeiro trabalho. Tive muitas dificuldades para começar a
acertar os detalhes existentes na tradução para dublagem, mas foi amor à
primeira vista e não parei mais. Primeiro vem a tradução, porque dublar é mais
difícil, pois depende de um diretor para escalar você. No entanto dublar é
minha paixão.
2.
Há diferença
entre os estúdios de dublagem do Rio com os de São Paulo?
Se essa
diferença se refere à tradução, há diferenças em todas as casas de dublagem.
Cada uma tem uma exigência específica.
3.
É preciso que
os tradutores tenham conhecimentos profundos sobre o trabalho dos dubladores?
Sempre
digo que é aconselhável o tradutor de dublagem fazer o curso de dublagem para
entender seu processo dentro do estúdio e se familiarizar com os termos usados
na dublagem. Com isso ele irá fazer um trabalho melhor.
4.
Quais são as
características técnicas detalhadas do passo a passo da tradução para a
dublagem? (como se inicia, o script original é dado ao tradutor, quem faz o
script para os dubladores, como se dá a relação da fala traduzida com o
sincronismo labial em relação tanto ao tempo quanto ao movimento labial, os
dubladores mudam a tradução de alguma forma? Etc.)
O texto
traduzido sempre tem alguma alteração dentro do estúdio, mas o grau de
modificação depende da qualidade da tradução.
O
tradutor recebe o script original que pode ser considerado completo (com todas
as falas), incompleto (quando faltam algumas falas ou diálogos de cenas
inteiras) e sem script. Além disso, recebe o vídeo (que deve ser o
principal, melhor dizendo, o único
verdadeiro guia do tradutor). Com esses dois arquivos o tradutor fará a
tradução de acordo com as regras que devem ser seguidas. Por isso minha luta para
que os tradutores tenham uma formação acadêmica e profissionalizante.
Dublar é
sincronizar! Quando melhor o sincronismo das palavras, principalmente as
bilabiais, melhor será a dublagem. Para isso é preciso adaptar da melhor
maneira possível sem perder o sentido do texto original.
5.
Quais são os
problemas que os dubladores e tradutores se queixam dentro da área?
(remuneração, pressão de entrega etc.)
Os
dubladores se queixam da qualidade da tradução. O valor da hora do dublador é
padronizado pelo Sated, sendo assim é igual em todas as casas de dublagem.
Não sei
qual é a queixa geral dos tradutores, mas a minha é a falta de comunicação
entre diretores e tradutores. O diretor precisa ver o vídeo e ler a tradução
para ver algum erro ou frase que não esteja fazendo sentido. Se ele entra em
contato com o tradutor antes, as dúvidas podem ser resolvidas e com isso o
trabalho em estúdio será melhor. É preciso trabalhar em equipe, pois o
resultado final de um produto dublado não depende só do tradutor e sim de toda
a equipe: diretor, dubladores, operador.
6.
O tradutor para
a dublagem consegue se manter somente nesse ramo da área ou é preciso buscar
outros trabalho de tradução?
Acredito
que se você é bom no que faz e executa com dedicação e amor, não será preciso buscar
outras fontes. Haverá sempre trabalho.
7.
Você
recomendaria o trabalho de tradutor para a dublagem para quem está começando a
carreira de tradutor?
Com
certeza! O mercado está crescendo cada vez mais e precisa de tradutores
competentes, com formação. Não basta falar uma língua estrangeira e achar que
pode ser tradutor, independente da área da tradução que ele escolher.
8.
Quais são as
principais dificuldades técnicas que o tradutor para a dublagem encontra?
Adaptações,
principalmente de rimas, expressões idiomáticas e gírias.
9.
Quanto tempo
você demora para traduzir um episódio de seriado ou filme?
O tempo
para traduzir depende de várias questões:
1- Tempo de
duração do filme ou episódio de séries.
2- Sua
disponibilidade para traduzir.
3- O teor
do assunto a ser tratado. Claro que um desenho pré-escolar é mais fácil de
traduzir que um documentário.
4- Exigência
de prazo do cliente.
Garanto,
no máximo, 45 minutos de tradução por dia, isso se estiver com disponibilidade apenas para
esse tipo de trabalho , e também da dificuldade que terei para traduzir. Senão
precisarei de dois dias.
10.
Qual sua
opinião sobre a atual tendência de os canais da TV a cabo apresentarem seus
programas dublados?
Sou
totalmente a favor, mas acho que é preciso haver opções: dublado, legendado,
audiodescrito, close caption, enfim, tudo que possa agradar ao telespectador.
11.
A tradução é
uma forma inevitável de perdas. Você acha que, além disso, a escolha da voz dos
dubladores também pode influenciar a perda de caracterização dos personagens?
A partir
do momento que há tradução, há perdas. Só
não gosto quando banalizam a tradução para dublagem dizendo que ela é fácil.
Traduzir, seja qual for a área, não é fácil. A voz do dublador pode e
influencia na perda de caracterização do personagem. No entanto o Brasil tem uma
das melhores dublagens do mundo e isso precisa ser valorizado. O brasileiro em
geral tem a tendência a ser crítico de forma destrutiva e antipatriótica. Acho
que os que criticam a dublagem deveriam ficar calados, pois não sabem o quanto
a dublagem é valorizada nos principais países europeus que a preferem, tais
como, Alemanha, França, Itália e Espanha.
12.
Quais são os
critérios para a escolha das vozes dos personagens? Em que consiste o curso
para dubladores?
As
escolhas são feitas através de testes quando o cliente exige ou são feitas pelo
diretor que escala os dubladores que preferir. O curso de dubladores consiste nos
ensinamentos técnicos da profissão através de aulas práticas.
13.
Tenho a
impressão de que há algumas décadas a dublagem não era tão criticada. Hoje,
além das críticas, há também muito preconceito contra a dublagem. O que você
acha que deve ser feito para que as pessoas comecem a apreciar, ou pelo menos
respeitar, o trabalho desses profissionais?
A
dublagem começou a ser criticada a partir do momento que surgiram os canais
fechados com os produtos legendados. Antes só existiam canais abertos e tudo
era dublado. Mas a crítica vem de uma classe minoritária e elitizada, que
infelizmente, apesar do status carece de informação e de cultura geral. O
respeito só virá com a conscientização de que é preciso favorecer os pertencentes
das classes mais baixas, os idosos, crianças, deficientes visuais (no caso da
audiodescrição, que precisa dublar o produto estrangeiro antes de
audiodescrevê-lo), e aqueles que realmente preferem a dublagem. Uma batalha
longa e difícil, mas não impossível.
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