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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Eventos de tradução 2013

Sempre comento da necessidade do tradutor estar sempre estudando, pesquisando e procurando enriquecer seus conhecimentos de todas as formas.
Como tradutora literária e de dublagem principalmente, é difícil me "especializar" somente em uma área. Cada trabalho é uma surpresa. Pode ser um filme ou série policial, um desenho animado, uma comédia, uma série médica, enfim, uma variedade infinda de assuntos sobre os quais é preciso aprofundar-se a cada frase traduzida. Não faço tradução técnica, administrativa, etc., mas já me deparei com "Capitalism- A love story". Muita pesquisa para fazer uma tradução decente. Não faço tradução juramentada, mas há  séries policiais e filmes repletos de termos jurídicos. E as séries médicas? Haja pesquisa!  
Minha amiga traduziu a série "Lucky". De "lucky" só a palavra, porque falar de corrida de cavalos não é fácil. O jeito é procurar amigos, conhecidos e outras fontes para não cometer deslizes absurdos.
Hoje em dia é muito mais tranquilo fazer pesquisas, graças à internet, mas quando comecei a traduzir, tinha de sair entrevistando profissionais de todas as áreas para poder traduzir. Fiz a série "London's burning". Tornei-me perita em carros de bombeiros e todos os aparelhos utilizados em um resgate. E como isso aconteceu? Visitei os corpos de bombeiros da cidade pedindo ajuda. Fui muito bem recebida, por sinal. Já fui parar em academia de boxe também.
Agora, o que acho importantíssimo: fazer um glossário!! Não é possível memorizar tudo. Não acredito no tradutor que me diz que nunca faz um glossário quando traduz uma série. Ou ele tem uma memória impecável ou a minha é totalmente fraca. Enfim, fazer glossários para mim é juntar conhecimento, informações, aprendizado.
Como toda e qualquer troca de ideias e opiniões é importante, precisamos conhecer tradutores novos, de áreas diversas. Então vou deixar aqui a lista de alguns enventos importantes na área da tradução que acontecerão este ano e espero conhecer você, tradutor que ainda não conheço e rever meus colegas para trocarmos mais ideias!

- IV Congresso Internacional da Abrates, em Belo Horizonte, de 31 de maio a 2 de junho
Mais informações em
https://www.facebook.com/Abrates

- 3º Simpósio Profissão Tradutor (PROFT 2013), em São Paulo, em 21 e 22 de junho
Mais informações em
http://www.proft2013.com/

- V Conferência Brasileira de Tradutores do ProZ, em Recife, em 24 e 25 de agosto
Mais informações em
http://www.proz.com/conference/400

- XI Encontro Nacional de Tradutores & V Encontro Internacional de Tradutores da Abrapt, em Florianópolis, de 23 a 26 de setembro de 2013
Mais informações em http://abrapt.wordpress.com/

- Media for all 5 - Mais informações em http://mediaforall5.dhap.hr/Committees 

- XXXIII Semana do Tradutor, em São José do Rio Preto, de 30 de setembro a 4 de outubro.  Mais informações em http://www.eventos.ibilce.unesp.br/semanadotradutor/ (por enquanto as informações são do ano passado, mas é um evento anual, então quando a edição deste ano começar a ser organizada, o site será atualizado)

http://www.iatis.org/index.php/component/k2/itemlist/category/76-conferences (Aqui você encontra várias informações sobre o assunto)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A tradução da palavra "Evidence".

Sempre que me deparo com a palavra "Evidence" em um filme ou série policial, seja legenda ou dublagem, vejo/ouço traduzido como "Evidência". Bom, há o que questionar. Eu traduzo como "Prova (s)", sempre, pois existe uma diferença entre Evidências e Provas.
Começo com a tradução encontrada no Michaelis para "Evidence" :
ev.i.dence

['evid2ns] n 1 evidência, prova, indício. internal evidence / prova intrínseca ou inerente. a striking piece of evidence / uma prova irrefutável. circumstantial evidence / provas indiciadoras, provas indiretas, provas circunstanciais. forensic evidence / prova legal. 2 sinal, indicação, mostra. his letter gives evidence of good education / sua carta é prova de boa educação. 3 testemunho, depoimento de testemunha. state’s evidence / Amer testemunha principal. 4 testemunha. he was called in evidence / ele foi intimado como testemunha. • vt 1 comprovar, evidenciar. 2 esclarecer. 3 atestar. to turn king’s evidence depor contra o cúmplice.
 
Isso "prova" que a tradução de "Evidence" por "prova" é mais plausível! :)
 
Depois, em minhas andanças pela internet, encontrei um artigo escrito por Desidério Murcho (King's College London) que esclarece bem meu ponto de vista, de uma forma muito mais clara, pois não sou perita nesse assunto. Segue abaixo:
 
"Evidence"
Desidério Murcho
King's College London
"A palavra inglesa "evidence", tal como é usada nos contextos filosóficos e não só, esconde subtilezas que dificultam a leitura e a tradução de estudantes e professores, assim como do grande público. Em diferentes contextos, pode-se traduzir "evidence" igualmente bem por "provas", "dados", "indícios" ou "informação". Mas a ideia subjacente é sempre a mesma: as provas a favor de algo são as razões que justificam a crença nisso. Nestes contextos, usa-se o termo "prova" no seu sentido não factivo; isto é, ao contrário de uma demonstração, que é efetivamente uma prova definitiva, as provas são derrotáveis.
Diz-se que um termo é factivo quando o que o termo qualifica é verdade. Por exemplo, o termo "saber" é factivo, tal como o termo "ver", porque "O João sabe que Sócrates era grego" implica que Sócrates era grego, e "O João viu a Maria na praia" implica que a Maria estava na praia. Um termo é não factivo quando não existe esta implicação. O termo "acredita", tal como "talvez" e "aparente", é não factivo porque "O João acredita que Kant era grego" não implica que Kant era grego, nem implica que não o era — tal como dizer "Talvez Kant fosse grego" (ou "Aparentemente, Kant era grego") não implica igualmente que Kant era grego. Também há termos contrafactivos: são termos como "falsa", ou "ilusório", que implicam a negação da expressão que qualificam. Por exemplo, uma falsa vitória, ou uma vitória ilusória, não é, de todo em todo, uma vitória.
O termo "prova" é não factivo: do fato de existir uma prova a favor de algo não se segue que isso é verdade. Por exemplo, temos hoje muitas provas a favor da ideia de que a teoria da evolução de Darwin é verdadeira; mas daqui não se segue que a teoria seja realmente verdadeira — novas provas poderão surgir que refutem a teoria. A consciência profunda de que as provas não são factivas é uma das características que distingue a ciência, ou qualquer atividade acadêmica séria, da religião — ou, pelo menos, das manifestações menos sensatas da religião. Pois geralmente a religião encara as suas provas, baseadas na autoridade e na tradição, como factivas (declará-las sagradas é uma forma de evitar que tais provas sejam criticamente avaliadas, para assim se manter a ilusão de que se trata de provas factivas).
As demonstrações da matemática e da lógica são provas factivas: se um dado teorema está demonstrado, então é realmente uma verdade matemática ou lógica. A única maneira de refutar a sua verdade é mostrar que houve um erro na pretensa demonstração (cá está: "pretensa" é um termo não factivo), que afinal não demonstra coisa alguma porque estava pura e simplesmente errada.
À exceção das demonstrações da matemática e da lógica, contudo, as provas não são factivas. Não é preciso mostrar que houve um erro numa dada prova a favor de X para mostrar que X é falso; basta que existam novas provas, mais poderosas, a favor da falsidade de X. Por exemplo, uma impressão digital de João na arma do crime é uma prova a favor da ideia de que João foi o assassino. Mas outras provas poderão surgir que mostrem que foi Fonseca o assassino, ainda que João tenha efetivamente mexido na arma do crime. Assim, para refutar o que uma prova não matemática afirma não é preciso refutar a própria prova; mas para refutar o que uma demonstração matemática afirma é preciso refutar a própria demonstração.
A noção de prova é central em grande parte da epistemologia contemporânea. A verificabilidade do positivismo lógico foi uma tentativa de dar proeminência às provas de caráter observacional, por se julgar de algum modo que isso é mais "científico" do que a argumentação. Contudo, não se desejava apenas que a verificação fosse uma prova como qualquer outra, mas antes uma espécie de prova factiva, semelhante às demonstrações em lógica e matemática. E foi precisamente esse aspecto do verificabilidade que falhou totalmente. As provas de caráter observacional não são factivas. Por mais provada que esteja uma teoria empírica, ela pode sempre ser refutada por outras observações, ainda que não se refutem tais provas; e perante o mesmo corpo de provas observacionais, é sempre possível construir várias teorias incompatíveis entre si, mas compatíveis com tais observações.
Infelizmente, a palavra inglesa "evidence" é fonética e ortograficamente parecida com "evidência" — de modo que as traduções enganadoras não se fizeram esperar. Ainda que um dos significados da palavra portuguesa "evidência" seja o mesmo que "prova", o termo raramente ou nunca é usado correntemente nesse sentido, e é muitíssimo usado no outro. De forma que o uso de "evidência" no sentido de "prova", sem quaisquer explicações, é didática e pragmaticamente errado, pois confunde gravemente as coisas — o sentido primário será aquele que, desavisado, o estudante terá em mente. Primariamente, uma evidência é algo que é evidente; as evidências são as coisas óbvias ou evidentes. Por exemplo, é evidente que a neve é branca, mas não é evidente que a Terra está em movimento; contudo, há provas de que a Terra está em movimento. Nos casos de provas diretas observacionais, como olhar e ver que a Maria está com um vestido verde, há provas evidentes: a prova evidente de que a Maria está com um vestido verde é que eu olho e vejo isso imediatamente. Isto significa apenas que a prova de que a Maria tem um vestido verde é o fato óbvio de alguém olhar e ver. O que não acontece com a prova de que a Terra está em movimento, a prova da composição da atmosfera de Júpiter ou a prova de tribunal de que uma dada pessoa roubou outra.
Evidentemente, há muitas complexidades filosóficas no que respeita tanto às provas como às evidências. Contudo, sem uma compreensão clara dos aspectos gerais e consensuais das provas e das evidências, não será possível compreender as discussões especializadas desta área. E, pior, sem uma compreensão clara dos aspectos gerais das provas e das evidências, não se pode ter uma vida intelectual adequadamente estruturada. Isto para não falar na importância que estas noções têm para uma vida pública saudável, que é demasiadas vezes manipulada em desfavor da procura imparcial da verdade — precisamente porque não se compreende a noção de prova e dificilmente se dá valor ao que não se compreende."
 
E para complementar, segue um link interessantíssimo que encontrei sobre Investigação na Cena de um Crime. Como o tradutor é um eterno estudante e pesquisador, aprender nunca é demais. Vai que você recebe um filme ou série policial, certamente seu vocabulário aumentará muito!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Quem sou eu e por que um blog?

Depois de anos me dedicando à tradução para dublagem e à dublagem, de me especializar em tradução e começar a questionar por que a tradução para dublagem era e ainda é ignorada por acadêmicos e "inexistente" para o público, resolvi agir e apresentar ao mundo o tradutor de dublagem. Achei que a forma mais direta e simples do leitor me conhecer seria postando um questionário, formulado por Lorena Cunha, que respondi há algum tempo. E aqui está ele!


Nome completo: Dilma Machado

Data e local de nascimento: 12-04-1962 / Catalão-Go

Formação acadêmica: Especialização em tradução ing/port- PUC-RJ

Complementação pedagógica em inglês / Graduação em Educação Física.

Profissão: Tradutora de dublagem e literária/ dubladora/ professora de Técnica de Tradução para Dublagem e de Inglês

Tempo de atuação na área de tradução para a dublagem: 17 anos

Alguns dos trabalhos feitos:

Como dubladora: Hamtaro (em Hamtaro); Srta. Belo (em As Meninas Super Poderosas); Saranóia (em Yin, Yang, Yo); Princesa Sophie (em Gossip Girl)

 Como tradutora: White Collar ; Nip-Tuck; A Era do Gelo 3 ; Horton no mundo dos quem ; In Plain Sight; Outsourced;  Michey Mouse Clubhouse;  Zack e Cody: Gêmeos em ação; Velozes e Furiosos 4; Game of Thrones.

1.   Como você começou na profissão de tradutora para a dublagem? O que veio primeiro: ser dubladora ou ser tradutora?

A tradução veio após eu fazer o curso de dublagem com Alexandre Lippiani e Newton DaMatta (ambos já falecidos). Ao ir à empresa Cinevídeo para levar meu CV dizendo dos cursos de dublagem, por acaso mencionei que era tradutora. Três dias depois chegou o primeiro trabalho. Tive muitas dificuldades para começar a acertar os detalhes existentes na tradução para dublagem, mas foi amor à primeira vista e não parei mais. Primeiro vem a tradução, porque dublar é mais difícil, pois depende de um diretor para escalar você. No entanto dublar é minha paixão.

2.   Há diferença entre os estúdios de dublagem do Rio com os de São Paulo?

Se essa diferença se refere à tradução, há diferenças em todas as casas de dublagem. Cada uma tem uma exigência específica.

3.   É preciso que os tradutores tenham conhecimentos profundos sobre o trabalho dos dubladores?

Sempre digo que é aconselhável o tradutor de dublagem fazer o curso de dublagem para entender seu processo dentro do estúdio e se familiarizar com os termos usados na dublagem. Com isso ele irá fazer um trabalho melhor.

4.   Quais são as características técnicas detalhadas do passo a passo da tradução para a dublagem? (como se inicia, o script original é dado ao tradutor, quem faz o script para os dubladores, como se dá a relação da fala traduzida com o sincronismo labial em relação tanto ao tempo quanto ao movimento labial, os dubladores mudam a tradução de alguma forma? Etc.)

O texto traduzido sempre tem alguma alteração dentro do estúdio, mas o grau de modificação depende da qualidade da tradução.

O tradutor recebe o script original que pode ser considerado completo (com todas as falas), incompleto (quando faltam algumas falas ou diálogos de cenas inteiras) e sem script. Além disso, recebe o vídeo (que deve ser o principal,  melhor dizendo, o único verdadeiro guia do tradutor). Com esses dois arquivos o tradutor fará a tradução de acordo com as regras que devem ser seguidas. Por isso minha luta para que os tradutores tenham uma formação acadêmica e profissionalizante.

Dublar é sincronizar! Quando melhor o sincronismo das palavras, principalmente as bilabiais, melhor será a dublagem. Para isso é preciso adaptar da melhor maneira possível sem perder o sentido do texto original.

5.   Quais são os problemas que os dubladores e tradutores se queixam dentro da área? (remuneração, pressão de entrega etc.)

Os dubladores se queixam da qualidade da tradução. O valor da hora do dublador é padronizado pelo Sated, sendo assim é igual em todas as casas de dublagem. 

Não sei qual é a queixa geral dos tradutores, mas a minha é a falta de comunicação entre diretores e tradutores. O diretor precisa ver o vídeo e ler a tradução para ver algum erro ou frase que não esteja fazendo sentido. Se ele entra em contato com o tradutor antes, as dúvidas podem ser resolvidas e com isso o trabalho em estúdio será melhor. É preciso trabalhar em equipe, pois o resultado final de um produto dublado não depende só do tradutor e sim de toda a equipe: diretor, dubladores, operador.

6.   O tradutor para a dublagem consegue se manter somente nesse ramo da área ou é preciso buscar outros trabalho de tradução?

Acredito que se você é bom no que faz e executa com dedicação e amor, não será preciso buscar outras fontes. Haverá sempre trabalho.

7.   Você recomendaria o trabalho de tradutor para a dublagem para quem está começando a carreira de tradutor?

Com certeza! O mercado está crescendo cada vez mais e precisa de tradutores competentes, com formação. Não basta falar uma língua estrangeira e achar que pode ser tradutor, independente da área da tradução que ele escolher.

8.   Quais são as principais dificuldades técnicas que o tradutor para a dublagem encontra?

Adaptações, principalmente de rimas, expressões idiomáticas e gírias.

9.   Quanto tempo você demora para traduzir um episódio de seriado ou filme?

O tempo para traduzir depende de várias questões:

1- Tempo de duração do filme ou episódio de séries.

2- Sua disponibilidade para traduzir.

3- O teor do assunto a ser tratado. Claro que um desenho pré-escolar é mais fácil de traduzir que um documentário.

4- Exigência de prazo do cliente.

Garanto, no máximo, 45 minutos de tradução por dia, isso se estiver com disponibilidade apenas para esse tipo de trabalho , e também da dificuldade que terei para traduzir. Senão precisarei de dois dias.

10.  Qual sua opinião sobre a atual tendência de os canais da TV a cabo apresentarem seus programas dublados?

Sou totalmente a favor, mas acho que é preciso haver opções: dublado, legendado, audiodescrito, close caption, enfim, tudo que possa agradar ao telespectador.

11.  A tradução é uma forma inevitável de perdas. Você acha que, além disso, a escolha da voz dos dubladores também pode influenciar a perda de caracterização dos personagens?

A partir do momento que há tradução, há perdas.  Só não gosto quando banalizam a tradução para dublagem dizendo que ela é fácil. Traduzir, seja qual for a área, não é fácil. A voz do dublador pode e influencia na perda de caracterização do personagem. No entanto o Brasil tem uma das melhores dublagens do mundo e isso precisa ser valorizado. O brasileiro em geral tem a tendência a ser crítico de forma destrutiva e antipatriótica. Acho que os que criticam a dublagem deveriam ficar calados, pois não sabem o quanto a dublagem é valorizada nos principais países europeus que a preferem, tais como, Alemanha, França, Itália e Espanha. 

12.  Quais são os critérios para a escolha das vozes dos personagens? Em que consiste o curso para dubladores?

As escolhas são feitas através de testes quando o cliente exige ou são feitas pelo diretor que escala os dubladores que preferir. O curso de dubladores consiste nos ensinamentos técnicos da profissão através de aulas práticas.  

13.   Tenho a impressão de que há algumas décadas a dublagem não era tão criticada. Hoje, além das críticas, há também muito preconceito contra a dublagem. O que você acha que deve ser feito para que as pessoas comecem a apreciar, ou pelo menos respeitar, o trabalho desses profissionais?

A dublagem começou a ser criticada a partir do momento que surgiram os canais fechados com os produtos legendados. Antes só existiam canais abertos e tudo era dublado. Mas a crítica vem de uma classe minoritária e elitizada, que infelizmente, apesar do status carece de informação e de cultura geral. O respeito só virá com a conscientização de que é preciso favorecer os pertencentes das classes mais baixas, os idosos, crianças, deficientes visuais (no caso da audiodescrição, que precisa dublar o produto estrangeiro antes de audiodescrevê-lo), e aqueles que realmente preferem a dublagem. Uma batalha longa e difícil, mas não impossível.